E depois de muito procurar nos outros, nas coisas e na vida a reciprocidade para o amor que se entrega, descobre-se que um verdadeiro sentimento ainda pode te prender ao passado. Uma pena ter que passar por tantos contra tempos pra só depois perceber o que sempre esteve diante do nariz.
Ah, mas a vida passa tão ligeira que a gente vai deixando pelo caminho, em cada passagem, rua, viela, vidas alheias – pedacinhos de coisas que depois a gente percebe a falta tremenda que faz.
Geralmente quando se mergulha num abismo de sensações, reflexo do impacto que causa permitir que o outro esteja em você, mesmo que você nunca tenha estado nele – com muita sabedoria se abstrai o pior de si e se remonta um universo de novas coisas; possibilidades. E se reencontra amores antigos, outrora esquecidos no baú onde também se guardaram tantas outras coisas pessoais julgadas obsoletas. Eis a hora do grande salto.
Geralmente quando se mergulha num abismo de sensações, reflexo do impacto que causa permitir que o outro esteja em você, mesmo que você nunca tenha estado nele – com muita sabedoria se abstrai o pior de si e se remonta um universo de novas coisas; possibilidades. E se reencontra amores antigos, outrora esquecidos no baú onde também se guardaram tantas outras coisas pessoais julgadas obsoletas. Eis a hora do grande salto.
Respira-se. Resigna-se. Costuram-se trapos e farrapos que foram caindo principalmente na curva mais perigosa, justamente aquela na qual você mais arriscou. Eis a hora do remendo.
Linha, agulha, pedaços. E aquele sentimento ainda latejando é quem faz com que seus suspiros (re) surjam e os traçados reconstruam através do avesso o bordado. E na costura mais simples - bainha, cós, manga, gancho e margem!
E é no cais que se encontra o recomeço. De onde se parte, para onde se volta. Isso no caso desse amor que é verdadeiro. Fadados a isso, nada pode desvirtuar a volta para esse caminho. É o grande momento.
O tempo então poderoso em sua imprevisibilidade, se encarrega de promover esse reencontro. De reciprocidade, beleza, e leveza - apesar das inesperadas e compreensíveis pontadas de inconstância e medo.
Tudo isso é normal quando se reencontra um amor. Tudo isso é singular quando esse amor é o próprio. Eis o melhor flerte da vida - consigo mesmo.
Tudo isso é normal quando se reencontra um amor. Tudo isso é singular quando esse amor é o próprio. Eis o melhor flerte da vida - consigo mesmo.
Refazer o caminho de volta só vale quando é pra viver coisas melhoradas, ou quando é pra se reapresentar ao próprio espelho. Como alguém que voltou a se reconhecer, se respeitar, e se assume em erros e acertos.
Reconhecer-se como um velho amor, desabrocha as pétalas de flores férteis, e desencapa asas para voos mais seguros nos saltos para o amor ao próximo. Esse que vem vindo...